António Francisco Limpo visitou o nosso jornal acompanhado da sua esposa, Dorothea Oelkers. Foi com muito agrado que recebemos nas nossas instalações este casal residente na Alemanha que partilhou connosco imensas histórias de vida.
António Limpo é natural de Sobral da Adiça, concelho de Moura. Cresceu na Marinha Grande e assina o jornal desde os anos 70. “Vou continuar até que possa e Deus nos dê saúde para isso, continuo a ler o jornal do princípio ao fim. As notícias são para mim todas interessantes, assim como para qualquer emigrante, porque na Alemanha temos muito pouca informação na nossa língua. Embora eu domine bem a língua alemã, as notícias em português são sempre mais interessantes de ler. Gosto muito da página do desporto, pois fui árbitro de futebol e estou ligado há anos ao futebol.”
O percurso de vida de António Limpo cruza-se com o de muitos portugueses à época que depois de cumprir o serviço militar no quartel da Encarnação entre 1966 e 1969 vai para a Alemanha, em 1971, trabalhar como serralheiro numa fábrica de máquinas agrícolas. Orgulhoso confessa-nos que “ logo em 1972 houve eleições para o conselho da empresa, como já dominava a língua alemã fui convidado para ser candidato, desde 1972 até 2004, altura em que entrei na pré-reforma fiz sempre parte do Conselho da Empresa. Desde a primeira vez em cerca de 35 candidatos fiquei sempre em quarto ou quinto lugar.”
A nível familiar António Limpo é um homem feliz quando afirma radiante que “casei a 11 de setembro de 1986, fazemos 40 anos de casamento para o ano que vem. Temos dois filhos, um com 36, outro com 33. Temos quatro netos. Um casal do mais velho e dois meninos do mais novo que espera uma menina para 19 de Dezembro deste ano. Os nossos filhos vinham mais a Portugal, mas desde que nasceram os filhos vêm menos. O mais velho fala muito bem português, o mais novo percebe muito, mas fala pouco.”
António Limpo partilhou ainda connosco uma história muito engraçada, como tantos dos nossos assinantes também vivenciaram por este mundo fora, desta feita com o seu amigo Silvino “que é de Lisboa, da Madragoa e quando chegámos não sabíamos uma palavra de alemão, fomos a um supermercado e ele queria pedir ovos, mas não sabia como. Começou então a cantar como uma galinha, có-có-ró-có-có, deram-lhe pernas de frango, galinhas inteiras, só no final é que veio a caixa com os ovos. Eu fazia diferente. Levava um dicionário de Português-Alemão e via o que queria pedir em português e escrevia o nome em alemão. Depois entregava o papel e assim é que fazia as compras. Isto foi logo no início, depois dediquei-me, frequentei a escola de alemão e passado um ano estava já bem integrado, fazia parte do Conselho de Empresa e tinha que falar porque a língua falada no Conselho era o alemão e não havia lá interpretes.”
Este casal costuma vir a Portugal passar férias, visitar os amigos, mas ficar cá não, “tenho família em Moura, em Beja, duas irmãs, tenho um irmão emigrado na Suíça, em Geneve que também é assinante do Mundo Português e então, a vida é assim”, desabafou satisfeito.
Foi com uma enorme satisfação que recebemos este assinante de há longa data. Partilhamos aqui mais uma história de vida preenchida com bons momentos e muito agradecemos a amabilidade e a simpatia com que nos brindaram com a vossa visita e com a leitura dos nossos artigos.
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