Construído em 1913, participou em várias operações de salvamento a embarcações náufragas. Estava há anos a degradar-se, na Fortaleza de Peniche
A Capitania do Porto e a estação salva-vidas de Peniche, juntaram esforços com os serviços municipais da Câmara Municipal e, com o apoio de uma equipa do Museu de Marinha retiraram do interior da Fortaleza de Peniche um pequeno barco salva-vidas que faz parte da história de Peniche mas estava há anos a degradar-se.
Na segunda-feira, 23 de janeiro, a equipa fez “a movimentação de uma peça museológica do município de Peniche, a antiga embarcação salva-vidas ‘Peniche’, da Fortaleza de Peniche para o hangar da atual estação salva-vidas de Peniche, no Cais da Ribeira”, informa uma nota divulgada pela Autoridade Marítima Nacional.
Bastante deteriorado, vai ser alvo agora de trabalhos de recuperação, que são agora possíveis graças à assinatura de um protocolo de cooperação, em agosto de 2016, entre a Câmara Municipal de Peniche e a Direção-geral de Autoridade Marítima. O restauro “visa a reabilitação e recuperação desta emblemática embarcação, para posteriormente lhe ser atribuído um local digno de destaque na cidade de Peniche, sendo motivo de atração turística”, informa ainda a Autoridade Marítima Nacional.
Na assinatura do protocolo, para além do presidente da Câmara Municipal de Peniche, António José Correia, e do, na altura Diretor-geral da Autoridade Marítima, almirante António Silva Ribeiro, esteve presente o Secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello.
O ‘Peniche’, um salva-vidas de casco trincado, terá sido construído em 1913 e participou em várias operações de salvamento a embarfcações náufragas. Entre estas, estão as realizadas em junho de 1931, à chalupa francesa ‘Try-Mor’ e em outubro do mesmo ao vapor também francês ‘Henry Mory’. Em 1942 foi usado na peração de salvamento do lancha portuguesa ‘Maria Luísa’ e um ano depois no resgate do vapor espanhol ‘Fernando Ybarra’. Vinte anos depois, em outubro de 1962, resgatou o iate inglês ‘For Frida’ e em janeiro de 1963 o vapor português ‘João Diogo’. Adelino Leitão, António Leitão, José Pedreira e Domingos Canha foram os mestres desta embarcação.
Depois de 1963 foi enviado para Paço de Arcos, concelho de Oeiras, tendo regressado a Peniche em 1981. Foi doado ao ao então presiente da Câmara, Luís de Almeida, que, por altura das festas de N. Srª do Mar o colocou numa zona centrar da cidade. Nos últimos anos, barco estava colocado no Pátio da Cisterna, na Fortaleza de Peniche, num espaço aberto que contribuiu para a sua degradação.
Depois das obras de restauro, aquele “símbolo histórico para as gentes do mar de Peniche” deverá voltar a ser colocado num local de destaque da cidade, à vista de todos.
Ana Grácio Pinto
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