Hoje, a SEL – Salsicharia Estremocense, Lda. emprega mais de 120 funcionários, transforma 80 toneladas de carne de porco por semana e exportar para mais 10 países
Foi em 1980 que um jovem irreverente Francisco Arvana adquiriu uma rudimentar unidade de âmbito familiar com cerca de 150 m², a qual comercializava os seus produtos num minúsculo estabelecimento no mercado de Estremoz. Assim nasceu a SEL – Salsicharia Estremocense, Lda.
Esta pequena unidade localizada, bem no interior da cidade de Estremoz, com apenas três trabalhadores, pouco a pouco foi sendo incapaz de satisfazer o crescente número de clientes devido à alta qualidade dos produtos apresentados. Hoje emprega mais de 120 funcionários e transforma 80 toneladas de carne de porco por semana. Registe-se que ainda nos anos oitenta o mercado sofre profundas alterações. A legislação obrigava a grandes remodelações nas infra-estruturas das pequenas unidades.
Assim, Francisco Arvana levou por diante o projecto de construção de novas instalações com 1000 m² e, em 1988 transferiu-se para o local onde ainda hoje labora, adaptando a empresa com o mais moderno equipamento existente. Até meados dos anos noventa, a SEL mostrou possuir as condições necessárias para a satisfação dos seus clientes, mas a constante procura dos seus produtos obrigou a um alargamento e modernização das infra-estruturas e equipamentos. Hoje conta com mais de 4.000 m² de área coberta.
Em 2008 concorreu ao “Sabor do Ano” com três produtos e venceu o 1º Prémio com esses mesmos três produtos. Em 2012, a SEL integra o ranking das 40 principais empresas, mais competitivas e dinâmicas do sector alimentar (derivados de carne) e entre as 1000 maiores empresas em Portugal, a nível geral. No decorrer do mesmo ano, conquista o prémio Sabor do Ano nos seus artigos de charcutaria Chouriço de Carne, Chouriço de Carne Porco Preto e Chourição de Alho e Sal assim como nos seus artigos frescos de Porco Preto Criado a Campo no Alentejo.
Logo no início desse mesmo ano, a SEL arranca com um projecto de ampliação de instalações pois as existentes mostravam-se incapacitadas para defrontar as necessidades de produção imprescindíveis para responder à procura por parte do consumidor pelos produtos SEL.
Esta ampliação consistiu em aumentar o número de câmaras de secagem, no aumento de área de produção tanto no piso térreo como no piso superior e na criação da meia cave destinada ao envelhecimento de enchidos em ambiente natural, fazendo da SEL a empresa com maior capacidade de secagem de produto tradicional do mercado nacional.
Com o aumento das instalações e já com o mercado regional Alentejano liderado pelo seu produto, partiu para uma afirmação a nível nacional e internacional, alargou os seus horizontes mercadológicos e atualmente está presente em praticamente todos os segmentos de clientes em território nacional com as suas três marcas (Topo da Torre; SEL e Varanegra Gourmet), estando também presente em diversos mercados externos, e vários continentes tem sido um verdadeiro sucesso.
O ‘Mundo Português’ falou com Francisco Arvana, o fundador da empresa, e o seu filho, Mário Arvana, em Estremoz.
A completar 35 anos a transformar carnes de porco e a produzir charcutaria. Um negócio de família ou fundado por si?
Francisco Arvana: É verdade, sou o fundador, comecei nesta actividade com 22 anos de idade. Os meus pais trabalharam no mesmo ramo, em talhos e depois no matadouro de Estremoz, esta região tem uma forte tradição na transformação de carne, precisamente por a Câmara Municipal de Estremoz se ter preocupado em ter um matadouro, que construiu de raíz, com todas as condições que a seguir ao 25 de Abril ficou a funcionar em pleno.
Em 1990 depois da entrada na CEE foram construídos Matadouro Regionais como o de Sousel que passando por várias vicissitudes em 2007 a Salsicharia Estremocense foi uma das empesas que teve que adquirir as acções do Matadouro Regional do Alto Alentejo.
Uma empresa em crescimento?
Estamos sempre a crescer, e a aposta na alta qualidade, tem sido o nosso trunfo. Com orgulho vejo a empresa já com os meus dois filhos a ela dedicados. Embora a nossa base seja a charcutaria a inovação tem dado os seus frutos bem como a aposta na internacionalização somos apelidados como “irrequietos”. A aposta no Porco Alentejano e nas carnes congeladas de Porco Preto que exportamos tem alavancado o crescimento da SEL. A nível da exportação vamos mantermos na parte da charcutaria, e vamos crescer no “pronto a cozinhar”
Fale-nos dessa nova aposta?
São refeições preparadas, sempre na base do porco e como o nosso Alentejo produz borrego de qualidade, iremos apostar também no borrego Alentejano. Depois da nossa aposta na “bifana SEL” uma bifana com determinado corte e batida com uma espessura de 1 mm e das quais vendemos umas toneladas por semana, já com o nosso tempero e prontas a cozinhar ou seja a meter na frigideira (foram inspiradas nas famosas bifanas de Vendas Novas).
Foi uma criação do meu filho Mário que colocou os seus conhecimentos adquiridos de marketing ao serviço da facilidade e comodidade do consumidor de hoje em dia. Como referi a SEL vai apostar nas refeições preparadas e na charcutaria tradicional de Porco Alentejano e com mais inovações inspiradas em produtos de países líderes na charcutaria como Itália, Espanha, mas claro como os sabores alentejanos.
A SEL tem marcado em várias edições presença no SISAB PORTUGAL e vai estar nesta edição de 2017
É verdade e no último ano com algum sucesso. Nesta próxima edição a SEL vai apostar mostrando as suas novidades, a qualidade e variedade dos seus produtos e a nossa capacidade exportadora. Temos concluído o processo de certificação IFS Food; uma norma reconhecida pela Global Food Safety Initiative (GFSI), aplicável a todos os produtores de alimentos, que apoia as equipas de produção e de Marketing na garantia da segurança e qualidade inerentes à marca. Esta certificação envolve auditorias ao sistema de qualidade, bem como à segurança alimentar dos processos e produtos e estamos aptos a exportar para os mais exigentes mercados internacionais.
Mário Arvana e os mercados internacionais
Mário Arvana, 27 anos, filho do fundador da empresa refere-nos “ actualmente estamos a exportar para mais 10 países, mas continuamos á procura de mais mercados”
Regista que a exportação representa sensivelmente 10% do volume de negócios e que querem chegar até ao final de 2020 aos 40% do volume de negócio total da empresa. “ O mercado internacional é já um foco da SEL e vai ser um grande motor de vendas e rentabilidade da empresa”
As refeições preparadas que salienta não são cozinhadas, mas sim já temperadas e prontas a cozinhar facilitando a vida ao consumidor “ são a nossa aposta e o caminho que a SEL vai apostar a par da charcutaria tradicional e do Presunto VARANEGRA. Queremos criar diferenciação ao produto, com os temperos portugueses. Hoje o mercado tem muita refeição preparada, muitas importadas, num âmbito industrial e que não seguem os hábitos alimentares dos consumidores portugueses”.
Com presença na grande distribuição em Portugal, Mário Arvana refere que a SEL nestas cadeias de distribuição vai continuar a evoluir, mas sempre sustentávelmente. Refere que nos mercados internacionais a SEL já não tem como clientes o dito “mercado da saudade” mas que já conquistaram o gosto e preferência dos mercados endógenos. “A qualidade das nossas carnes e o controlo de qualidade é a nossa grande mais-valia, o consumidor europeu é muito exigente, dá muita importância á lista de ingredientes no rótulo, e o nosso produto vai de encontro ao que procuram, somente carne, tempero e muita paciência na cura temos enchidos com mais de 1 ano de cura, sem qualquer adição de soja ou proteínas lácteas. Os nossos focos para 2017, é a aposta no Presunto de Porco Preto Criado a Campo no Alentejo, evoluir nas grandes superfícies a nível nacional e na exportação em que temos departamento próprio” com a direcção de Hugo Calhordas.
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