A diplomata Cristina Pucarinho sublinha que a língua portuguesa tem um enorme potencial de afirmação política e ao se projetar como língua internacional, também ajuda a promover as nações que a falam
Numa entevista concedida à ‘ONU News’ a diplomata Cristina Pucarinho, sublinhou que o português também cresce nas diásporas ao redor do mundo além de ser idioma oficial em Macau, na China. E mencionou a importância de cooperação entre os países que a falam e que se relacionam em vários blocos integrados por nações da lusofonia como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP; União Europeia, Mercosul, Sadc, Cedeao, União Africana entre outros.
Segundo a embaixadora a língua portuguesa tem um enorme potencial de afirmação política e ao se projetar como língua internacional, o idioma também ajuda a promover as nações que falam português no mundo.
“Houve já várias conferências sobre a internacionalização da língua portuguesa e este Plano de Ação de Díli 2014 para a internacionalização da língua portuguesa, que é – eu diria – um percurso que deveria ser natural dada à globalidade desta língua. É uma língua que tem uma expressão global, de expressão geográfica, portanto geograficamente em quatro continentes, uma região administrativa especial chinesa. Mas também, a expressão pelo número de falantes. E pela sua capacidade de expansão. É uma língua que tem realmente indícios de capacidade de expansão enormes. Portanto, atualmente falada por mais de 260 milhões de pessoas… Mas tem esse aspecto, a diáspora e a própria inserção geográfica de seus Estados membros, espalhada por quatro continentes, e Macau…e isso é muito interessante”, afirmou citada pela ‘ONU News’.
Cristina Pucarinho, há ainda mais a fazer e conquistar, por meio da cooperação política em espaços multilaterais em toda a lusofonia.
“E julgo que há condições, com vontade e determinação políticas, de projetar mais esta língua. E projetando mais essa língua, os Estados-membros que a têm como língua oficial também se projetam a si próprios. E a organização. Nós compreendemos aqui, por exemplo, no contexto das Nações Unidas como é importante ter uma ‘constituency’ sólida, coesa, que se articula. E a CPLP também é uma organização de concertação político-diplomática. Uma vertente que eu julgo que pode ser mais explorada e melhor, no futuro, neste contexto multilateral mas também em outros contextos”, defendeu à ‘ONU News’.
“Vontade e determinação política”
A Representante Permanente Adjunta de Portugal junto às Nações Unidas defende que com “vontade e determinação políticas”, os países de língua oficial portuguesa podem ajudar a projetá-la mais em todo o mundo.
O português é atualmente língua oficial em seis países africanos. O mais recente do grupo é a Guiné-Equatorial que fala espanhol e adotou o português como um idioma oficial. Em 2014, a Guiné-Equatorial passou a ser membro da CPLP.
Além de Brasil, Portugal e Timor-Leste, o português também é falado por parte da população de Macau, na China, e tem pelo menos sete milhões de interlocutores nas chamadas diásporas, ou seja, em países não-lusófonos como França, Alemanha, Bélgica, Canadá, Estados Unidos, África do Sul, entre outros. Os dados sobre falantes nas diásporas são do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), com sede em Cabo Verde.
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