De todos os vinhos provados, este S. Francisco 2015 que já está no mercado, despertou-me uma natural curiosidade. Na boca foi uma “explosão” de juventude , deixando uma sensação de grande corpo, mas muito macio. Tem uma acidez, ainda que ligeira que lhe confere uma extraordinária frescura levando-o facilmente do acompanhamento da carne até ao peixe.
A famosa Sala das Varas (foto abaixo) na Quinta do Sanguinhal foi o local escolhido para a realização de uma prova, dedicada ao Quinta de S. Francisco, colheitas de 1994, 1997, 2000, 2005, 2010, 2014 e 2015.
A prova nas palavras do enólogo responsável, Miguel Móteo teve como objetivo perceber a evolução da região, mas também o trabalho que foi feito na vinha, depois do 2014 ter sido premiado nos Estados Unidos com dupla medalha de ouro, obtendo 98 pontos em 100 possíveis.
A prova foi decorrendo com as explicações constantes de Miguel Móteo, chamando a atenção para certos pormenores, nomeadamente a colheita de 2000 quando começaram a ser introduzidas castas francesas como: Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah.
Recorde-se que a Companhia Agrícola do Sanguinhal dedica-se à exploração de três Quintas na Região Demarcada de Óbidos: Quinta do Sanguinhal, Quinta das Cerejeiras e Quinta de S. Francisco.
Os nomes destas Quintas representam os vinhos DOC mais prestigiados desta empresa familiar, onde hoje existe uma equipa coesa, formada pela nova geração da família Pereira da Fonseca e por um grupo de pessoas empenhadas em modernizar, inovar e sobretudo responder às exigências do mercado.
A vinificação e engarrafamento tem sido sujeita a uma modernização a nível tecnológico, continuando a recorrer ao tradicional estágio em madeira, nomeadamente em barricas de carvalho francês e americano. Fundada em 1926 por Abel Pereira da Fonseca para administrar as propriedades que possuía na região do Bombarral, viria a plantar as primeiras vinhas extremes (só de vinho – sem árvores de frutos misturadas) alinhadas e aramadas o que era uma grande inovação numa época em que ainda não havia tractores. As vinhas eram também divididas em talhões sendo cada talhão plantado com uma só casta (outra inovação na época).